domingo, 27 de março de 2011

Ficção.


Era mais ou menos 3 da manhã quando o celular de Bárbara toca, por mais que fosse madrugada, ela ainda estava acordada. Quando ela ouviu aquela música, aquele toque tão familiar, que a tempos ela não escutava, pensou "não, deve ser mais uma vez coisa de minha cabeça" e começou a chorar. 4 da manhã e o celular toca de novo, o que Bárbara não sabia é que já haviam 23 ligações perdidas. Da mesma pessoa. Como de primeiro, ela não atendeu. Passaram-se exatamente 24 horas. E Bárbara não conseguia sair daquele quarto, ela estava ali a 1 dia. Deitada naquela cama e só o que ela conseguia pensar era nele. Na música deles, neles. Durante aquelas horas, ela não fazia outra coisa a não ser chorar. Não existia mais lágrimas suficientes para suportar tanto choro; mesmo assim, ela continuava chorando. Era de tarde, quando Bárbara resolveu sair de seu quarto e ir dar uma volta pela cidade. O bom de tudo é que na cidade onde ela morava, ela calma, silenciosa. E ela foi... Foi ao lugar onde todos os dias eles se encontravam. Foi ao lugar onde eles se conheceram. Já passara das 4 da tarde. E Bárbara lembrou-se do primeiro pôr-do-sol em que ela viu junto com ele. Ela começou a chorar, pra variar. De repente, ela viu que existia alguém ali, mas não era uma pessoa comum. Ela não queria olhar pra trás, ela não tinha forças. Mas a certa pessoa que estava lá foi até a frente dela, viu aquela menina de olhos inchados... Pegou o rosto dela, levantou e falou "Olha, eu não sei porque choras. Não sei o passas ai dentro do teu coração, mas sabe de uma coisa? Ninguém no mundo, escute bem, ninguém, merece tantas lágrimas assim. Porque se por acaso essa pessoa realmente fosse para você... Querida, você não estaria chorando. Não mesmo, porque quem realmente merece tuas lágrimas NUNCA te fará chorar." Aquelas palavras naquela tarde para Bárbara foram suficiente, de uma forma estranha, mas foi certamente o que ela estava precisando ouvir. Aquele senhor, um velho senhor, nem sabia o que ela estava passando e de um certo modo ajudou ela de uma forma inexplicável. Naquela tarde, Bárbara saiu daquele parque tendo uma unica certeza. A certeza de que ela amou a pessoa errada, de que ela chorava pela pessoa errada. E resolveu não chorar mais por ninguém, não por alguém que não nem ao menos merecia. 

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