Lá, se cercou de gente que gostava, e que tinha o mesmo pensamento que ela. Sim, Lise tinha essa sorte, de encontrar no colégio, pessoas que gostavam dela como ninguém. Entre eles, Tina, que se tornara sua melhor amiga, e Vitor, que também se tornara seu melhor amigo. E havia também Fernando, que a amava mais que todos, um amor platônico até, e que mesmo sem ela aparentar nenhuma perspectiva para ele, nunca a abandonou. Ela tinha medo de que isso um dia pudesse acontecer, mas não o alimentava com falsas esperanças, e se fizesse isso seriam bem falsas, porque se havia uma pessoa que não sabia fingir sentimentos, era ela.
É engraçado o colégio. Um monte de pessoas que você não conhece. Você pode pensar que é popular, que conhece todo mundo. Não, você fala com todos, mas não conhece. Não sabe o que se passa na cabeça deles, o que significa um riso ou um choramingo dentro do coração deles. Não era tão ruim para Lise ir ao colégio quando ela sabia que lá, encontraria paz. Porque não conseguiria em casa, nem que se trancasse à sete chaves.
E encontrou Tina na porta, que a abriu um sorriso, e encontrou Vitor, que começou a falar descontrolavelmente sobre um clipe que foi lançado a pouco tempo. E encontrou com eles o caminho mais rápido para risadas, e para pensamentos que só diziam que ela tinha as melhores pessoas do mundo e que elas estavam ao seu lado agora. Olhou sobre o ombro e viu Fernando.
- Lise! - Fernando abriu um sorriso e a alcançou logo. - Seu aniversário está chegando, não é mesmo?
Ela parou em choque. Seu aniversário, era verdade, estava perto. E ela tinha certeza que seus pais não tinham nem noção disso. Pela sua garganta, subiu algo que ela não sabia o que era. Um sentimento de abandono das pessoas que deveriam ser as que mais se importavam com sua vida. Correu.
Continua.
Por Natália Arruda
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