quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Eu também, Lise - parte onze.


Ele virou o rosto e ela se perguntou se o tinha feito chorar.
- Sempre vejo. Pessoas no fundo de um lago. Não é ver gente morta, não é isso. Não sei, é uma pessoa que eu desejo muito que esteja comigo naquele momento. E eu a vejo sorrindo para mim no lago. E de repente, eu a sinto perto de mim. Ao meu lado.
- Eu também. - Foi tudo que ela foi capaz de falar, porque a sensação de lembrar como foi perfeito aquele momento que os raios que saiam do sol a confortavam, como um abraço.
- Legal. - Ele disse. - E aí, posso pegar meu violão e você me ajuda a cantar alguma coisa, ou vai ficar aí na fossa mesmo?
Eles riram e ela apenas afirmou com a cabeça.
Briana não demorou muito no banho, e logo Benício avisou que deixaria nós duas sozinhas. Foi difícil me separar dele e da voz dele. Era reconfortante, saber que alguém sentiu a mesma coisa que um dia eu senti na vida. Que aquilo acontecia, que poderia acontecer de novo. Seus avós sorrindo para ela. No Lago Vector. Era incrível, como tudo aquilo a fazia bem. Briana estava como sempre, e elas se divertiam muito, mas a cada momento Lise olhava para a porta se perguntando se em algum momento, Benício voltaria. E depois de um momento quase perfeito de amigas, elas decidiram ir dormir. E  por mais incrível que pareça, Lise dormiu olhando para a porta, e sonhando em um momento que Benício voltaria, e a mostraria como toda aquela história de lago era normal, e que aconteceria mais vezes.
Continua.
Por Nathalia Arruda.

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