O crepúsculo surgiu e era hora de ir para a casa de Briana. Ela não poderia se sentir mais feliz. Até seu espírito parecia irradiar luz. Ela já estava a esperando no hall da casa, e se abraçaram bastante. Ela ficou surpresa: até Benício veio falar com ela, e a abraçou, os dois fazendo um coro para ela abrir o presente.
Haviam vários CDs, de suas bandas preferidas, e um da banda do Benício também. Eles tiraram algumas fotos até que Briana a obrigou a contar tudo sobre Fernando.
E Benício simplesmente saía e voltava para a sala, ou pelo menos, fingia que fazia isso. Talvez não gostasse de ver a irmã falando de homens.
Até que ela percebeu uma carta dentro do embrulho do presente, e Briana disse que ia tomar banho para deixá-la lendo em paz. Em alguns trechos, os olhos dela estavam tão cheio de lágrimas que não conseguia entender direito, mas as partes mais claras que ficaram em sua mente, foram: “E aí eu lhe vi sentada naquele banco, olhando para água. Estaria pensando em se matar? Não sei, não sei até hoje. Tudo aconteceu porque eu tenho uma imensa vontade de parar algumas pessoas na rua e perguntar como é sua vida. E foi isso que eu fiz com você, e não me arrependo. É uma amizade linda, e que não vai morrer nunca. Mesmo sem eu saber o que você via naquela água.”
No fim da carta, Lise precisou olhar pra cima de olhos fechados, procurando oxigênio, mas tudo fugia dos seus braços.
O ar fugia dos seus pulmões. Até que Benício chegou, se sentou ao seu lado e disse:
- Apenas respire. Vai passar em alguns minutos. Me dê isso. - E sem cerimônia retirou a carta de sua mão. Depois de alguns minutos a observando, perguntou o que queria. - Então, quem você viu no fundo do lago?
Ela o olhou nos olhos pela primeira vez na vida.
- Como… você sabe? Que eu, vi pessoas no fundo do lago… como?
Continuação
Por Nathalia Arruda.
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