quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Como casa de médico - Lise, parte sete.


- Acho que vou pra casa agora. São dez horas. Não vou voltar com o colégio. - Briana suspirou.
- Ah, que pena então. Não vou pra casa agora.
- Não gostaria de ir a minha casa? Tenho certeza que minha mãe não se importaria.
Mesmo sabendo que era loucura, Lise concordou. Tudo para não ficar sozinha à beira de um lago - podendo se suicidar à qualquer momento - ou para não voltar para casa - podendo se suicidar à qualquer momento lá também. Elas pegaram um metrô e logo chegaram a casa de Briana.
Lá era muito claro, e os móveis também eram todos de cores claras, propositalmente. Fiquei encantada com tudo aquilo. Muito diferente do choque da minha casa.
- Casa de médicos. - Briana sorriu, ao ver minha expressão.
- É fantástica. - Lise percebeu que estava indo em direção ao quarto de Briana. Lá dentro era como um quarto de adolescente normal, porém como o resto da casa, era tudo muito limpo e organizado. Depois de sair de uma espécie de transe, ela percebeu que havia um menino andando pra lá e pra cá na frente da porta do quarto.
- É meu irmão, não se preocupe.
E como se estivesse ouvindo, um garoto entrou no quarto e disse:
- Desculpe Briana, não estava ouvindo a conversa de vocês. Estava no closet procurando uma camisa e não tinha achado, até que eu a achei no quarto mesmo. Olá. - Ele dirigiu a última parte especialmente à mim.
- Não pensei que estivesse ouvindo, não se preocupe. Essa é Lise. Lise, esse é Benício.
Ele simplesmente a olhou, e sorriu.
Continua.
Por Natália Arruda.

0 comentários:

Postar um comentário